
Central hidroeléctrica de Paradamonte- Britelo
No dia 14 de Fevereiro de 1907 o Rei
de Portugal Dom Carlos I concede a Justino Antunes Guimarães e a Jesus Palácios
Ramilo o aproveitamento da água do rio Lima para a criação de força motriz.
Por escritura pública no dia 19 de Maio de 1908 é constituída a Sociedade
Anónima Electra del Lima, para utilizar a concessão das águas do rio Lima. Os
seus mais destacados fundadores, Don Eugénio Grasset e Don Manuel Taramona,
lutaram com grande dificuldade financeira e por isso as obras que se iniciaram
no ano em que a sociedade foi fundada, desenvolveram-se com grande lentidão. No
ano de 1916 toma a direcção da Electra del Lima o engenheiro de minas Don Juan
de Urrutia, atacando a obra com grande energia, transformando rapidamente o
ritmo dos acontecimentos
A guerra de 1914-1918, na qual Portugal participou, trouxe grandes dificuldades
à execução do projecto, em especial no que respeita a fornecimento de
maquinaria; mas com tenacidade e perseverança todas as dificuldades foram
vencidas. As obras do aproveitamento prosseguiam ao mesmo tempo que se abriam
estradas e caminhos e se construíam pontes, como a antiga estrada desde Touvedo
a Cidadelhe neste troço foram construídas a ponte sobre o rio Tamente e sobre o
rio de Froufe, travessias sobre o denominado ribeiro das Bestas e ainda sobre a
ribeiro de Cabaninhas na Freguesia de Britelo.
Em 1921 termina a construção do canal de derivação com o comprimento total de
6100 metros, sendo 1800 a céu aberto e 4300 em túnel, de secção rectangular, de
3,20 x 3,10 metros e sempre que o terreno era fraco havia uma abóbada de
revestimento com 1 metro de flecha. O caudal máximo era de 20 metros cúbicos
por segundo.
Nesse mesmo ano chega a Viana do Castelo a primeira maquinaria, realizando-se o
seu transporte para Paradamonte num pitoresco conjunto de tracção mista, bovino
e automóvel. Entre 1918 e 1922 construíram-se as centrais receptoras de Braga e
Freixo e conclui-se a montagem da linha de transporte Paradamonte-Braga-Porto,
a uma tensão nominal de 75 Kv, sobre postes de madeira e com condutores de
cobre de 8 milímetros de diâmetro e 50 milímetros de secção.
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